Sunday, May 28, 2017

Vanity Fair em Cannes


A revista Vanity Fair acaba de publicar na sua edição on-line uma galeria de fotografias do fotografo Justin Bishop com algumas das estrelas que fizeram esta edição do Festival de Cannes, algumas mais compreensíveis que outras... Nesta celebração dos 70 anos do Festival de Cannes estão nomes como Spike Lee, Elle Fanning, Charlotte Gainsbourg, Alejando Iñarritu, Marion Cottilard, Tilda Swinton, Todd Haynes, Jane Campion ou a grande produtora italiana, a Condessa Marina Cicogna.
Para ver a edição da Vanity Fair com as imagens e o texto é só carregar aqui.

 Alex Sharp

Charlotte Gainsbourg 

Elle Fanning 

 Ginevra Elkann

 Mary Parent, Emmanuel “Chivo” Lubezki e Alejando Iñarritu

 Kendall Jenner

 Lily Collins

 Condessa Marina Cicogna

Marion Cottilard 

Naomi Harris 

 Jean Pigozzi e Brett Ratner

 Salma Hayek e François Pinault

Spike Lee 

Ted Sarandos 

Tilda Swinton 

 Todd Haynes

Gwendoline Christie, Jane Campion e Elizabeth Moss

Saturday, May 27, 2017

Ouvir com o coração

Salvador Sobral no Centro Cultural do Cartaxo



Acabado de sair do concerto do Salvador Sobral no Centro Cultural do Cartaxo, as palavras são confusas  para explicar o que aconteceu naquela sala de 300 e poucos lugares, confusas porque se atropelam para sair. Salvador pediu ao seu público para ouvir com o coração e assim foi, estive do principio ao fim com o coração junto à boca.  

Depois de uma entrada em palco acompanhada de uma gigantesca ovação (não sei se fruto da sua participação da Eurovisão se do seu genuíno talento ou se do seu notável à-vontade com o público) , ovação essa dada por um Centro Cultural do Cartaxo completamente esgotado (isso sim fruto da Eurovisão), Salvador Sobral e os notáveis Júlio Resende ao piano (autor de trabalhos extraordinários como “Amália por Júlio Resende” ou “You Taste Like a Song” e que é dono de um dedilhar apaixonante), André Rosinha no contrabaixo (notável músico que partilha autoria com Salvador de um tema extraordinário tocado esta noite) e Bruno Pedroso na bateria (músico virtuoso com anos de carreira tocando com os mais variados músicos e cantores)  começaram uma noite que creio que poucos dos que encheram aquele auditório irão esquecer nos próximos tempos. 

Salvador Sobral é genuíno e é isso que faz dele o vencedor que é, tem a verdade na voz, no corpo e no que diz, seja nas suas letras ou quando fala, sem filtros, com o público. É essa genuinidade, essa verdade, tantas vezes perdida noutros artistas, tantas vezes ofuscada por uma opulência desnecessária, por lantejoulas fora do sitio (atenção que eu sou um grande defensor de lantejoulas quando bem utilizadas), que no caso de Salvador Sobral resiste e esperemos que continue a resistir durante muito tempo. 

A sua forma de cantar é extraordinária, o seu movimento corporal, completamente primitivo, liga-se às raizes, como quem faz amor ou como quem come uma grande refeição. Salvador Sobral faz amor com cada uma daquelas canções, e faz uma refeição de vários pratos durante um concerto como o que vimos. 

Ontem sucederam-se grandes canções do seu disco “Excuse me”,  tendo começado com  “Change” que deixou o auditório em silêncio total. “Change” começa com “Some things will never change, that’s what you told me” e é disso que Sobral fala durante o espectáculo, da mudança que tem vindo a afectar a sua vida depois da vitória na Eurovisão. Parece que algumas coisas acabam por mudar, pelo menos o conseguir comer um croissant descansado numa pastelaria sem que lhe venham pedir para tirar fotografias “como se fosse um animal no zoo”. 

Pelo meio apresentou-nos o extraordinário “Presságio” de Fernando Pessoa (O amor, quando se revela / Não se sabe revelar / Sabe bem olhar p'ra ela / Mas não lhe sabe falar) com música de Júlio Resende  e passa por “Playing With the Wind” que acaba a cantar para dentro do piano numa quase cena de amor com Júlio Resende que ambos magistralmente levam até ao fim.   
Passou, como é natural, por “Amar Pelos Dois” a sala empolgou-se e gritou e ele bisou!
Cantou também  “Benjamin” uma canção muito completa e que (já vendo as coisas pelo meu lado) daria um excelente filme ou até uma base para um espectáculo de palco. Salvador prometeu que em breve saberíamos mais sobre este Benjamin... cá estaremos.
Várias foram as canções que se seguiram até chegar à incrível “Ay Amor” de Bola de Nieve da qual faz uma interpretação notável. Depois de sair e voltar ao palco e depois de vários pedidos a selecção foi para “Redy for Love Again” com uma ponte para “Blame It On My Youth” onde a electricidade falhou e Salvador Sobral e o músicos continuaram sem parar perante um auditório em silêncio e envolto numa aura sublime que rebentou no final em aplausos. 

Concluindo, Salvador Sobral é um músico incrivelmente completo, mas mais do que isso é um showman. E se, de facto, “Some things will never change”, é um artista com futuro garantido.




Fotos de Vitor Neno.

Thursday, May 25, 2017

Superstore na Fox Comedy




Entre as séries que estrearam recentemente encontramos “Superstore”, a passar todos os dias na Fox Comedy, uma sitcom que acompanha o dia-a-dia de um grupo de funcionários que trabalham numa grande loja de uma cadeia americana. A série, que já vai na sua terceira temporada, é uma produção das The District, Spitzer Holding Company e Universal Television interpretada por America Ferrera (a super vedeta de Ugly Betty e que é também produtora deste Superstore, com a qual ganhou o Prémio Gracie Allen 2017 como Outstanding Female Actor in a Leading Role in a Comedy or Musical), Ben Feldman, Lauren Ash, Colton Dunn (argumentista de televisão para Key and Peele, MADtv e The Arsenio Hall Show), Nico Santos, Mark McKinney (um clássico do Saturday Night Live da década de 90), Nichole Bloom ou Kaliko Kauahi que fazem parte no núcleo central desta série passada dentro de uma superfície comercial tipicamente americana. 


Superstore tem a força e o ritmo que lhe são inseridas pelo seu criador (e um dos argumentistas) Justin Spitzer, que era também um dos produtores e argumentistas da versão norte-americana do The Office, e é visível em Superstore esse conceito das grandes instituições americanas, talvez uma visão um pouco Frederick Wisemaniana em versão de sitcom. O elenco suporta brilhantemente a série e as situações que ela cria, num ambiente de trabalho e de grupo que nos chega de forma extraordinária, talvez mesmo por isso a série tenha sido nomeada pela Casting Society of America, para o Prémio de Outstanding Achievement in Casting - Television Pilot and First Season – Comedy.  A cenografia da série é igualmente extraordinária sem deixar escapar um único pormenor.

Uma das coisas que mais faz resultar o humor em Superstore (o que também acontecia com The Office) é a sensação de rotina, de tédio constante que se tem no dia-a-dia ao entrar e sair de um trabalho como este, todos os dias são iguais debaixo da luz fluorescente e entre as filas e filas de prateleiras, como tal é necessário ser criativo e fazer alguma coisa diferente para passar o tempo. As férias passam, acontecem eleições, os jogos olímpicos, nascem crianças, acabam relações, mas uma coisa é garantida, o tédio é sempre o mesmo e é isso que este grupo tem de combater. E conseguem fazê-lo, sempre! Sobretudo nos finais das temporadas que são sempre surpreendentes e nos deixam a pensar em como é que irão conseguir ultrapassar mais este contratempo...





Friday, May 19, 2017

O verdadeiro artista é o artista que se recicla

Há artistas que conseguem, de facto, ser verdadeiros artistas. Surge um novo meio, e sabem transformá-lo e aproveitá-lo não apenas como um meio de divulgação da sua pessoa, do seu ego, dos seus jantares e almoços, mas conseguem fazer imediatamente desse novo meio um objecto artístico. É o caso de Herman José com a sua conta do Instastories que alimenta diariamente, não só com os mais normais videos divulgando os seus espectáculos, o seu program “Cá Por Casa” da RTP1 ou com alguns momentos do seu dia a dia, mas onde cria videos novos, com personagens criadas para esses videos como a Bicha Festivaleira que tem vindo a acompanhar o Festival da Canção, da Eurovisão e os respectivos desenvolvimentos, e ainda um maravilhoso peixe balão, o Génio do Aladino, alusões e referências ao Breaking Bad, a Hercules Poirot, a Lili Caneças, a Natalina José, Elton John, Sónia Tavares, etc. Pelo meio vai citando Oscar Wilde, falando de Augusto Abelaira, Shakespeare ou de Sarita Montiel, com a cultura enciclopédica a que o Herman sempre nos habitou.
É incrível como qualquer que seja o meio, um actor, humorista, autor, deixado aos seus próprios recursos e à sua total liberdade é aquilo que sempre foi: brilhante.
Todos os dias dou por mim à procura do Instastories do Herman.





Thursday, September 08, 2016

“Stranger Things”, o regresso da aventura





Ainda há pouco tempo me queixava que tinha saudades do bom cinema de aventuras de Steven Spielberg, Chris Columbus, Richard Donner, Joe Dante, George Lucas e mais uma mão cheia deles, estão-me a cansar as histórias sem humanização dentro, e eis que aparece “Stranger Things”. 

A série de oito episódios, que está disponível na Netflix e que já anuncia a sua segunda temporada para 2017, é uma criação de Ross e Matt Duffer, os Duffer Brothers, que antes tinham escrito e realizado alguns episódios de “Wayward Pines” e o filme “Hidden”, para além de quatro curtas-metragens. 

“Stranger Things” passa-se em 1983 na pequena cidade americana de Hawkins e é uma recriação notável do tempo em que os telefones eram de disco, os rádios funcionavam a corrente ou pilhas, havia cassetes áudio e faziam-se “mix tapes”, jogavam-se jogos de tabuleiro, havia tempo para brincar na rua, correr de bicicleta e a série dá isso de forma extraordinária casando-o com um mundo de ficção científica e de suspense que se mantém de episódio para episódio (só perdendo ligeiramente a força no sétimo) e agarrando-nos como há muito tempo poucas séries o conseguiam fazer. 

 O elenco tem elementos muito fortes, sendo encabeçado por Winona Ryder como Joyce Byers uma mãe desesperada na procura do seu filho desaparecido, Winona mantém a coerência do seu papel ao longo de toda a série o que, tendo em conta algumas das cenas difíceis que tem de fazer em que está sozinha, é de se lhe tirar o chapéu, e não podemos deixar de nos lembrar de “Beetlejuice”. 
David Harbour que interpreta o chefe de polícia Jim Hopper é absolutamente notável no papel de durão e juntamente com Millie Bobby Brown as duas grandes presenças na série. Millie Bobby Brown é a Eleven, uma interpretação extraordinária sendo que é uma das âncoras da série e que se não fosse tão bem interpretado destruiria por completo a história. 
Outra coisa muito bem conseguida é o restante elenco infantil: Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin e Charlie Heaton que são muitos bons actores mas mais do que isso, dão-nos uma outra visão do típico grupo de amigos do filme norte-americano, nenhum deles é aquilo que seria de esperar, falam uns com os outros sobre tudo e mais alguma coisa, brincam, discutem e são amigos e “os amigos não mentem” 

É claro que a série tem uma quantidade de referências (como se pode ver no vídeo abaixo) e há quem diga que “Stranger Things” não é mais do que uma amalgama de ideias, mas não me parece que seja apenas isso, “Stranger Things” é, sem dúvida, uma série de entretenimento “mainstream”, que toca em personagens tipo e temas convencionais destes géneros, como por exemplo os pais e filhos que se afastam e não se ouvem ou as relações amorosas e as “primeiras vezes”, mas tudo isso vem num embrulho bem feito, bem escrito, bem representado e a não querer enganar ninguém e não querendo ser nada mais do que isso mesmo. 


References to 70-80's movies in Stranger Things from Ulysse Thevenon on Vimeo.

Thursday, August 25, 2016

O anedótico Brexit atravessa o atlântico

Nigel Farage foi ontem até aos Estados Unidos da América dar o seu apoio a Donald Trump e dizer que se fosse americano não votaria na Hilary Clinton nem que lhe pagassem. Juntaram-se as duas maiores piadas dos dois lados do lago, o pior é que Farage já fez os estragos que tinha a fazer no Reino Unido, será que a inspiração Brextiana consegue chegar aos EUA? nas últimas sondagens Trump está a 4% de Hilary...  


Wednesday, August 24, 2016

Blog redecorado

Este blog regressa, finalmente, à vida. Com outro nome, outra imagem, um outro sopro de vida e totalmente redecorado.
Espero que o acompanhem se não com mais, pelo menos com a mesma energia com que o faziam antes.